O Estado de Lisboa controla o país através dos deputados que coloca em cada círculo eleitoral: o eleitor de Bragança devia votar no Homem da sua terra, mas acaba por votar no deputado que o Estado de Lisboa colocou nesse círculo, sendo que na maioria das vezes nem do distrito é ou não reside no mesmo há décadas. Todas as instituições e empresas públicas relevantes encontram-se em Lisboa. Portugal pode estar a desfazer-se, alunos sem professores, urgências hospitalares sem médicos, dezenas de pessoas a morrerem carbonizadas nas estradas, os rios secos com a água retida em Espanha, portugueses expulsos das suas terras natais porque a pressão turística e estrangeiros ricos assim o desejam… Nada disso interessa, pois o Estado de Lisboa controla o território via instituições e vassalos instalados e a população via o regime de eleições e rendas que lhes distribui.
Assim sendo, as eleições nada podem mudar pois a população na sua maioria é pobre e dependente das transferências do Estado de Lisboa: são funcionários públicos, pensionistas ou dependentes de subsídios. A sua existência, assim como o da sua família, depende da caridade do Estado de Lisboa. São mais de 6 milhões num país de 10 milhões. Quem pode então derrubar o regime instituído desde 1974 em Portugal pelo Estado de Lisboa? Quem tem as armas e as sabe usar. Num país em qua não existe serviço militar obrigatório e o povo não tem a cultura de ter armas em casa, como nos EUA por exemplo, apenas quem tem o monopólio da força pode mudar e depor este regime.
Por isso mesmo o Estado de Lisboa colocou muros de betão à volta da Assembleia e cercou-se com centenas de polícias. Forças de segurança fora do muro a mostrarem ao Estado de Lisboa que estão presentes, forças de segurança dentro do muro para proteger o Estado de Lisboa, a sua casta e os seus privilégios. O muro que separa as forças de segurança também separa todos os outros portugueses. Portugal está sequestrado pelo Estado de Lisboa. Apenas quem tem armas e as sabe usar pode acabar com o mesmo. E os burocratas, políticos, nobres, e teólogos de Lisboa sabem disso.